sexta-feira, abril 17, 2009

Minhas fotos mundialmente famosas!! (parte 3)

Agora foi a vez de as fotos que eu tirei no show do Kiss aparecerem no site Rock na Tobata!!

quinta-feira, abril 16, 2009

Minhas fotos mundialmente famosas!! (parte 2)

Pessoal,

confiram mais fotos que eu tirei no show do Kiss na Apoteose no dia 08/04/2009 no site Hardblast.

Direito de resposta

Guitarras Ibanez... um dia ainda terei uma (não essa!)

quinta-feira, abril 09, 2009

O maior espetáculo da terra: the psycho circus


Cara, não tem como! Quando se fala de AO VIVO, a parada é Kiss! Se tivesse em uma enciclopédia (daquelas antigas mesmo) a definição de "show", teria que ter a foto dessa banda. É um show que tem de tudo que você possa imaginar para se ver numa apresentação ao vivo. Interação com o público? Sim! Competições entre seções da platéia para ver quem aplaude mais alto? Tem! Pirotecnia, fogmaker e fogos de artíficio? Tem também! Coreografia com guitarras e baixo? Clássico! Bateria voando? Como não? Portanto, na hora de batizar seus albuns ao vivo, o pessoal do Kiss não tinha outra opção: tinham que se ser ALIVE I, II, III e, se não me engano, IV.


Ontem foi o show do Rio de Janeiro da turnê que comemora os 35 (eu disse 35!!) anos de carreira do Kiss. Já no caminho, era um desfile de caras pintadas. Nem pensei que no Rio fosse ver tanta gente engajada assim! Achei particularmente muito legal isso, ainda mais nós do público carioca que não somos tão chegados assim em nos expormos desse jeito. Ponto para os cariocas!! Chegamos lá na Apoteose mais cedo para pegar um lugar melhor e nos demos de cara com um show de abertura: a banda era Libra. Cometário rápido: não é só porque eu o conheço, mas o guitarrista dessa banda é "o cara"!! Toca muuuito!! Por falar nisso, cadê o Possessonica?!?! Queremos shows!!


Depois de um tempo esperando os roadies montarem o palco, mais do que de repente cai um pano imenso com o logo da banda, o que já é imediatamente aplaudido. Imagina quando os caras entrarem! E então, muitíssimo do nada, rola uma virada de bateria por trás do pano e o público vai ao delírio! Mas ao mesmo tempo ninguém consegue entender nada pois as luzes nem se apagaram nem nada! Não tava aquele clima "caralho, é agora!". Aí, aquela voz (sim aquela!!) surge e anuncia (acompanhada por todos à minha volta): People!! Do you wanted the best? You've got the best!! The hottest band in the world!! KISS!!! O pano cai, revelando a banda com todas as suas luzes e pirotecnias e as luzes finalmente se apagam ao som da introdução matadora de Deuce! Então, "feeling good" e "feeling nice", começa nossa noite de forma apoteótica!!


Essa foto aí de cima é da chuva de papel picado que rolou durante toda a duração do clássico-mór/hino Rock n'Roll all nite, mais precisamente no momento em que Paul Stanley arremessava sua Ibanez contra o palco em meio a explosões e gritos insandecidos dos presentes! E não foi essa a única chuva! Só para dar uma refrescada, São Pedro manda uma chuvinha daquelas! E juro que, um minuto antes de ela efetivamente cair, eu pensei: "agora bem que poderia cair uma chuvinha..." - estava um pouco abafado lá no meio da galera. Eu acho que não ia a um show com chuva desde o Rolling Stones de 95 no Maracanã.


Além dessa, rolaram, no tempo regulamentar, clássicos como Strutter, Hotter than hell, Nothing to lose (cantada pelo catman genérico Eric Singer), Black diamond, a pesadona Parasite e Watching you. Na volta para o bis, Paul traz a protocolar bandeira brasileira e temos um reinício com a ultra-mega-clássica Shout it out loud prontamente emendada com Lick it up, da fase desmascarada.Após pedidos da galera, de um solo de baixo e de cuspir um pouquinho de sangue, Gene Simmons comanda o corinho para a introdução de I love it loud, que é cantada empolagamente por todos e o show é finalmente fechado com Detroit rock city. Foi a hora de eles darem uma pelada de saco nos cariocas e dizer que o Rio era uma rock city. Imagina, sei lá, eles tocando lá Caracas, na Venezuela. Será que ele mete essa de que Caracas também é uma rock city? Bem, deixando isso para lá, a noite ainda apresentaria um momento memorável. Após o término do show, começou a rolar, como música ambiente, God gave rock n'roll to you. E todos cantavam aquele corinho meio que misturando a satisfação do show com um sentimento de que faziamos parte da mesma família: o Kiss Army.






segunda-feira, abril 06, 2009

Lenine e seu Metal bem humorado

Este post, quebrando um jejum de 4 meses, é dedicado a dois amigos: ao Akira por ser o maior fã de Opeth que eu conheço e ao Soneca por fazer com que fosse possível minha ida a SP.

A banda de metal Opeth apareceu na minha vida nos idos de 2005 quando o mesmo Soneca aí de cima de envia uma música dos caras pelo MSN com a promessa de ser uma banda foda. Achei legal e tal mas, acho que, na época, a música não me emocionou tanto. Deveria estar em um outro momento musical na minha vida. A banda mostrava um cara que não conseguia se decidir entre cantar com voz limpa ou fazendo gutural na mesma música!

Em 2007, por sugestão do Akira, recém-chegado colega de trabalho, assiti ao DVD Lamentations e ouvi o CD Ghost Reveries. Este DVD mostrava, na sua primeira parte, o lado limpo da voz de Mikael Akerfeldt em uma apresentação ao vivo cantando as músicas do CD Damnation e, na segunda parte, toda a agressividade da banda ao executar as músicas do disco Deliverance. Nesse momento, já foi uma coisa mais impressionante. Também assisti ao DVD de documentário da banda o que, para mim, sempre é algo que me faz sentir mais próximo da banda e, de certa forma, facilita ouvir as músicas sabendo de onde elas estão saindo.

De uns tempos para cá, fui ouvindo cada vez mais. As gravações dos discos Roundhouse Tapes, Blackwater Park, Still Life e o próprio Ghost Reveries passaram a morar no meu MP3-player mas, mesmo assim, eu achava que algo ainda faltava ao som deles: um baterista mais agressivo! Eu sei que muitos fãs vão me xingar mas era o que eu achava! De qualquer forma, isso não mais importa pois, no disco mais recente, Watershed, esse problema foi magistralmente resolvido. O bizarro baterista "Axe" foi convocado. Ele que aparece no DVD Wacken Carnage do projeto paralelo de Akerfeldt chamado Bloodbath (recomendo fortemente para os ouvidos iniciados!) e não deixa pedra sobre pedra! O Watershed é um discaço do começo ao fim! Para mim, que conheço pouca coisa de Opeth, mostra muito do que é o som deles: uma grande mistura de levadas, mantendo um climão durante os cerca de 10 minutos de cada música. Você nunca sabe para onde vai a música, mas ao mesmo tempo, quando a música chega lá, você percebe que isso faz total sentido!

Voltemos ao dia 05/04/2009. Cheguei ao ponto de encontro da excursão às 7:35 do domingo, dia do show de SP. A horda de camisas pretas de bandas de metal acusou logo a exata localização. E eu, depois de anos indo a shows de metal de branco, estava também de preto, camisa velha de guerra do Metallica. Mas nesse caso, eu tinha desculpa: eu queria que meus co-excursionistas me identificassem como sendo um deles e não me deixassem para trás! A saída, que estava marcada para 8:00 foi, na verdade, às 8:45. E cheia de pequenos e médios atrasos foi também a viagem, que foi repleta de figuraças: do cara que não parava de falar (lembrando o Jay dos filmes do Kevin Smith) ao senhor de uns cerca de 60 anos de idade que foi acompanhar o filho.

Depois de longas horas de viagem, chegamos ao Santana Hall. A maior curiosidade sobre o local era que, após o show do Opeth, que estava marcado para começar às 19:00h, a casa receberia o show do... pasmem... Calcinha Preta!! Isso foi muito surreal!! A primeira coisa ao desembarcar do ônibus foi nos deparar com a longuíssima fila! Se esse show fosse no Rio, não teria nem 10 pessoas! Isso é verdade! Mas como ouvi dizer, um show de metal começa na fila, onde ficamos vendo o gosto musical alheio através das camisas. Nesse quesito, o público estava bem heterogêneo.

Ao entrar na casa, percebi que se tratava de um paralelepípedo (leia-se acúsatica ruim!) bem pequeno onde qualquer lugar que eu ficasse me permitiria ver o show de muuuito perto, o que é sempre bom! Passa um tempinho e começa o show de abertura cujo nome, por traumas passados, não falarei aqui. A banda era bem ruinzinha com músicas mal-resolvidas, apesar da boa vontade dos músicos. O mais legal dessa banda foi que ela meio que deu o tom do que seria a noite em termos de bom-humor. Ao entrar no palco, o vocalista falou: "nós e a outra banda de abertura, o Opeth, estamos honrados em abrir o show do Calcinha Preta!". No que todos responderam em coro com "Calcinha!! Calcinha!!". Por conta de atrasos, a banda não pôde apresentar seu show completo para não prejudicar o horário do prato principal. E nisso, eles foram exemplares e super-profissionais (ponto para eles!) não ficando lamentando a tirania imperialista das grandes bandas gringas sobre as bandas nacionais que estão começando ou algo do gênero.

Então, com um elegante atraso de 20 minutos, entram os suecos do Opeth e abrem o show com a segunda melhor música do disco Watershed: Heir Apparent. Não preciso nem dizer que foram muitíssimo bem recebidos pelos presentes que estavam agitando muito. Se não tinha ficado ainda bem claro que o show ia ser foda, eles, sem perder um segundo, já emendam com Ghost of Perdition. Essa música foi arrepiante desde os primeiros acordes.


E por aí foi um desfile de músicas de vários momentos da banda. Rolaram, fora de ordem, Leper Affinity, Hessian Peel, Closure, Credence, The Night and the Silent Water e o tempo regulamentar foi fechado com chave de ouro pela música que, na minha humilde opinião é a melhor de toda a história da banda: The Lotus Eater. Depois, no bis, houve uma certa discordância em meio ao público para ver que música pedir, mas eles acabaram fechando o show com Deliverance, que ficou, segundo conversas posteriores, na memória de todos os presentes. Estranhamente foi um show de 2 horas de duração, mas com apenas 10 músicas! O estranho é que as músicas já não parecem longas.


Mas o que mais me marcou nesse show foi toda a atitude deles. Primeiro eles são uma banda de um tipo de metal próximo do extremo, mas eles não são em nada parecidos com que se espera de uma banda assim. Todos os solos nas músicas são de uma melodia trabalhadíssima onde cada nota parece ser "a" nota e que eles não têm a menor necessidade de se esconder atrás de malabarismos virtuosos. Isso é uma coisa bem difícil, ainda mais considerando o contexto death metal/progressivo ao qual eles se propõem. Em segundo lugar, todas as músicas tem um clima super sombrio e que é facilmente identificável à imagem da banda. Isso é bastante realçado pelo belíssimo trabalho harmônico das guitarras / teclado / vocal limpo. Ao mesmo tempo, a voz suja de Mikael Akerfeldt é de uma qualidade única. Já vi vários videos no youtube de pessoas tentado, assumidamente, copiar seu estilo vocal.
Em terceiro lugar, mas não menos importante, eles, ao vivo, apresentaram uma atitude de total desprendimento à imagem de metaleiros. Uma prova disso foi que, ao ver todos fazendo o símbolo do metal, criado supostamente por Dio, ele disse, naquela sua voz de locutor de rádio que lhe é tão peculiar ao falar com o público, que isso era coisa do passado e que a banda adotou um novo símbolo, chamado The Hook. Como se dissessem: "não queremos ser como as outras bandas de metal. Queremos ser nós mesmos!". O engraçado foi ver todos os presentes fazendo o tal símbolo.


E além disso, o bom humor imperava. Antes de mais nada, ele entrou no palco vestindo uma camisa com a foto do Conan, o Bárbaro! Sim! O Governator! Depois, quando a galera gritou em coro "Conan, Conan", ele explicou que esse na verdade era o pior filme que ele já tinha visto e que só veio com essa camisa pois achava o personagem musculoso e sexy! Sempre que alguém apontava uma máquina, Mikael parava e dava tchauzinho para câmera com um sorriso mais mongo do mundo. Houve um momento em que jogaram uma camisa do Brasil no palco com o nome da filha dele impressa: Melinda. Ele agradeceu imensamente e explicou que sua filha estava começando a jogar futebol e também contou sobre como ele também havia jogado em sua adolescência. Que metaleiro iria parar um show para falar sobre os hábitos esportivos de sua filhinha?? Muito maneiro!


No fim do show, na apresentação da banda, ele ainda zuou os metal-gods da vida quando se descreveu, antes de se apresentar sob a alcunha de "Zico" Akerfeldt, como "vocalista, guitarrista, compositor de todas as músicas, um gênio, possuidor de estrelas sobre sua cabeça" e que "seu ego precisava de muitos aplausos"! E, para a última música, ainda, encarnou sarcasticamente algum metal-god pedindo para que o pessoal agitasse tudo que podia!


Conclusão: show muito foda! Faltaram músicas, claro! Mas eu não quero ser o fã que fala que faltaram músicas. Dito isso, não faltou nenhuma música!