Há uns dois anos e meio, tive que ir a São Paulo para ver um dos shows que eu queria mais ver na vida e que ainda faltava no meu álbum de figurinhas. Foi a única vez na vida que fiz isso (ver um show em outra cidade que não "A Maravilhosa"). Agora, as coisas estavam mais fáceis! O Megadeth, vulgo Megadeti, estaria passando por aqui por ocasião da tour sul-americana de promoção do seu mais novo disco, United Abominations. Eu cheguei a baixar o disco, mas não me emocionou muito. Sei lá, não tinha nada muito marcante, apesar de ainda ter algo de Megadeth.
Vamos ao show!
Chegando ao Citibank Hall, nosso eterno Metropolitan, já fui encontrando várias pessoas conhecidas de vários núcleos sociais... Mais uma vez o metal unindo as pessoas... que bonito! Foi o tempo de alguns encherem a pança e fomos direto para dentro da casa de shows. Deu para colocar alguns papos em dia e as luzes se apagaram, o que nos fez ir lá para frente receber a gringalhada. Detalhe interessante: era um mar absurdo de câmeras digitais!!! Chegava a ser engraçado!! Dave Mustaine, a.k.a. Kid Mu-Mu, aparece com seus novos comparsas: Shawn Drover, o baterista mais duro-sem-groove da história do metal, James LoMenzo, que é uma espécie de Ellefson genérico e o tão admirado Chris Broderick, ex-guitarrista virtuoso do Nevermore, com sua Ibanez de 7 cordas. Taí uma coisa diferente para o Megadeth... mas foi legal pois ele não trocou de guitarra uma única vez!
No que a introdução da primeira música, Sleepwalker, estava sendo tocada, já ouço alguém falar: "presta atenção no guitarrista". Apesar de ser música nova, de um disco mais pra lá do que pra cá, ela foi muito bem recebida, com refrão cantado por todos a minha volta. Também, eu acho que, com a empolgação que a galera tava, eles poderiam abrir com Florentina, que geral ia agitar pra cacete! Então, só para acabar com qualquer possível má impressão que uma música nova possa ter causado, eles mandam numa seqüência mortal: Wake-up Dead e Take no Prisioners. Nisso, eu já tava lá no meio da galera cercado por duas rodinhas! Nota rápida: nem lembrava mais há quanto tempo isso não acontecia. Ouvi até alguém falando: "que começo de show foi esse?!?!"
Nessa altura, eu já estava a menos de 10 metros do palco e eles mandam a faixa de abertura do Countdown to Extintion, Skin o' my Teeth, e alguém pisa no cadarço do meu tênis! Ai que merda! Comecei a imaginar meu tênis voando na galera e aterrisando no palco, destino similar ao do meu guarda-chuva no show do Testament. A banda já tinha conquistado a platéia. Então, acho que era hora de tentarem mais uma música nova: Washington is Next! Que foi meio mais ou menos, porém bem melhor do que sua versão de estúdio. A melhor coisa dessa música foi a chance de ter conseguido colocar o cadarço do meu tênis para dentro da meia, solução paliativa. Foi a vez, então, de emendar em My Darkest Hour. Essa é a clássica música "geral pulando"!! Muito maneiro!!
Só não foi melhor que a próxima! Hangar 18!!! Um dos clássicos do Rust in Peace com todos os seus mil solos!!! Os quais eu consegui ver de muito perto!! Nunca pensei que poderia ser de tão perto!! Muito foda!! O único problema foi o cadarço do outro tênis... mas na pausa para a próxima música, consegui resolver o problema. Aí veio a legal (mas nem tanto) She-Wolf e a baladinha mór da banda: A Tout Le Monde. Muito maneira!! O que foi seguida pela porradona Tornado of Souls!!
Foi a vez, então, da seção clássicos do Countdown: Sweating Bullets e Symphony of Destruction. Depois disso, deu para ver o quão pela-sacos eram os metaleirozinhos de meia-tigela que estavam a meu redor. Começaram a pedir por músicas tipo Trust! "Caralho" - pensei, "Trust não! Pô! Cadê Hook in Mouth? Cadê Rust in Peace... Polaris?" Nisso, entrou o baterista e começo a marcar o compasso no bumbo, como o começo de Trust! "Ah! Não é possível!" - pensei. Ainda bem que entra o baixista e já manda a introdução de Peace Sells! Ah há! Dessa forma, teve fim o tempo regulamentar.
Na volta para o bis, só se poderia esperar por uma coisa: uma das maiores porradas do metal de todos os tempo, HOLY WARS!!!! Foi uma experiência única poder ver tão de perto!! Eu tava absurdamente perto do palco, como há muito tempo eu não ficava!! Muito foda mesmo!! Tanto que no final até pensei: "beleza, pode acabar o show agora que meus 55 reais já valeram..." Acho que ele ouviu... Conclusão final: show muito bom!! Banda nova de Kid Mu-Mu tava bem entrosada. O próprio tava mandando muito bem, apesar de não ter interagido com a galera! Alguns pontos fracos: baterista duro, baixista apagado e guitarrista novo fodão prejudicado pelo som baixíssimo e embolado de sua guitarra. Até seu solo no meio do show foi meio curto e tímido. Mas pô, Megadeth é Megadeth!!
PS: hummm... Ibanez de 7 cordas.... hummm
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