Listen to this! What I Preach!!!
Um riff é um mantra de guitarra sobre o qual os outros instrumentos meditam.
Batra
Existe uma banda que, há muito tempo, está na minha lista dos shows aos quais ainda faltam ir. O Testament me foi apresentado nos idos de 1997 em meio a estudos para o vestibular. E, desde então, espero por vê-los ao vivo. Dez anos é muito tempo, cara! Se trata de uma das bandas fundadoras do thrash-metal. Veio do lugar que é tido por muitos como o berço desse estilo: a Bay Area, em São Francisco, Califórnia. Daí também surgiram Metallica, Megadeth, Anthrax (apesar de serem de NY), Slayer entre muitos outros.
A parada é que ontem foi o show deles! E EU ESTAVA LÁ!! Vieram ao Brasil quase que com a formação clássica: Chuck Billy no vocal, Greg Christian no baixo, Eric Perterson na guitarra base e mestre Alex Skolnick na guitarra solo. Some-se a isso o bizarro baterista Nick "Carecão" Barker, que já tocou em bandas de black metal como Cradle of Filth e Dimmu Borgir. Eu até achei a substituição do baterista original Louie Clemente por esse monstro bastante curiosa, já que os estilos são bem diferente. Enquanto que o primeiro é muito básico e paradão, o segundo está na categoria dos bateristas não-humanos, ao lado de Pit Sandoval (do Morbid Angel), o finado Doc (do Vader) e o carinha do Krisiun. Assim, eu já sabia que viria um desfile interminável de bumbo duplo mais rápido do que eu consigo piscar (não que eu esteja reclamando! Not at all!!).
Tiveram dois shows de abertura: Taurus e Warfx. O primeiro eu não vi e não estava nem aí. O segundo eu vi a parte final do show e foi bem legal. Só para constar: ou eu muito me engano ou essa banda roubava riffs de outras bandas a torto e a direito. Foi possível identificar pelo menos um riff igual a Peace Sells (do Megadeth) e outro igual a No Remorse (do Metallica). Mas tudo bem, vamos em frente.
O show estava marcado para as 22h. Começou tipo 0:10h. Tudo bem. Deu pra conversar com alguns amigos que eu não via há muito tempo (o que foi uma das melhores coisas da noite de ontem). As luzes apagaram e o pessoal entra! Abriram com a clássica The Preacher. Já deu para sentir que a noite iria ser inesquecível! Emendaram, em seguida, em The New Order (ambas do clássico disco The New Order de 1988). Depois foi a vez de voltar ainda mais no tempo e levar The Haunting (do primeiro disco, de 1987, The Legacy). Foi a noite de músicas clássicas do trash-metal: Sins of Omission ("tan-daga-daga-daga-dan") e Practice what you Preach (do clássico homônimo de 1989), Souls of Black (muito boa ao vivo!) e Over the Wall (com solo do selo Skolnick de qualidade!!).
Agora, os pontos altos do show (e quero dizer altos, mas altos mesmo!!) foram três. O primeiro foi quando eles tocaram a minha música preferida do The New Order: Trial by Fire. Nossa! Aquela introdução acústica seguida do solo do Skolnick foi muito arrepiante! Ninguém anunciou a música nem nada, mas na primeira nota, eu pensei: "Cacete! Trial by Fire!" E o resto da música foi uma porrada só! O segundo ponto alto foi a música The Legacy (do Souls of Black). O que foi aquilo?!?! Na primeira nota, já ouvi um "Caralho! Fudeu!" Essa música me proporcionou um dos mais intensos arrepios em shows em toda a minha vida. Acho que somente comparável ao que eu senti durante Satisfaction (tocada pelos Stones em 1995) e na versão completa de Master of Puppets (tocada pelo Metallica em 1999).
Teve o bis então com a antiga Alone in the Dark, com corinho e tudo, e a com quintessência do Testament: DISCIPLES OF THE WATCH!!! Muito sinistro assitir a esse clássico do trash-metal com aqueles caras tocando... os gritos de OBEY!!! ainda ecoam no meu ouvido... hehehe... Esse foi o terceiro ponto alto do show! Pensou que eu tinha esquecido, né?
Concluindo: o show foi muito fodão! Thrash metal puro da maior qualidade tocado por quem conhece e praticamente inventou a parada! É bom demais! Eles são uns dos mestres dos RIFFS, ao lado, na minha humilde opinião, de Dave Mustaine, James Hetfield, Zakk Wilde e Dimebag. Alex Skolnick é muito foda, com uma presença de palco além do esperado, chegando a solar quase que encostado no público. Greg Christian estava alucinado, fazendo tudo que dava com o baixo. O Carecão é muito gordo! Mas toca com uma agilidade absurda! Eric Peterson, apesar de ser a lenda que é, consegue ficar muito na dele no meio disso tudo. Chuck Billy é sem comentários. O cara gritou tudo que conseguia e que não conseguia! E no meio de todo esse clima de festa, é sinistro lembrar que esse cara enorme, de cabelão, gritando tanto assim, estava à beira da morte com câncer na garganta. Ficou muito mal, passou por quimio, perdeu todo o cabelo e não se ouviu falar de Testament por um tempo... Mas olhar para ele assim, acho que é, no mínimo, inspirador.
Por isso e por tudo, parabéns ao Testament pelo showzaço!!! E que bom que consegui ver tudo isso de bem perto! Só tenho mais uma coisa a dizer:
O B E Y ! ! ! ! ! ! ! ! ! !
PS: Minha garganta ainda tá doendo de tanto gritar... :(