domingo, dezembro 09, 2007

Police para quem precisa!!

"O show deverá acontecer sob forte chuva" era o que a previsão meteorológica previa. Com esse espírito, peguei meu guarda-chuvas e fui lá pro Maraca junto com a Maria Paula. Chegamos por volta de 19:00. Fui super tranquilo para entrar e nos encaminharmos para aquele corredorzão que rodeia o estádio para dar acesso às arquibancadas. Conseguimos um lugar legal e agora era só esperar. Quando deu 20:00, comentei "o show dos Paralamas está marcado para começar agora". No que ela respondeu "Duvido!", na mesma hora, as luzes se apagaram e veio o anúncio "Com vocês, os Paralamas do Sucesso!!". Legal - pensei - show bem organizado. Também, tava sendo televisionado pela Globo e pelo Multishow. O horário deveria ser contadinho.




O show dos Três Picaretas foi bem animado e recheados de clássicos. Eles foram super bem recebidos pelo público. Abriram com "Vital e sua moto", emendaram em "Calibre" e, a partir daí foram só hits. Poxa, deve ser muito legal para eles tocarem antes de uma banda que foi tamanha influência na música deles. Imagino, por exemplo, o João Barone, o baterista dos Paralamas (até a bateria dele, no começo da carreira, era uma cópia da configuração de bateria de Stewart Copeland). Ele deveria estar pensando "Cacete, o cara pode estar me ouvindo. Tenho que mostrar serviço!" É como o filho tentando fazer bonito no joguinho de futebol para impressionar aquele pai herói que está na arquibancada.


Até cheguei a pensar que, se o show principal da noite fosse de metal, a banda de abertura, não importa qual fosse, já iria entrar sob vaias e convites para tomar suco de cajú. Ponto para o público pop! E eu via que ao longo do show de abertura, o fluxo de pessoas no caminho de acesso ao gramado estava cada vez maior. Era como se fosse uma mangueira jorrando pessoas tentando encher um mar de gente (e diga-se de passagem, muita gente!). Esse show acabou por volta de 21:00 dando início aos preparativos para o show principal. A arquibancada estava igualmente cheia.


Exatamente às 21:30, as luzes se apagaram, quem estava sentado levantou e começamos a ouvir "Get Up, Stand Up", clássico de Bob Marley. O que era bem convidativo para o show da banda cujo estilo se convencionou chamar de "Reggae de Brancos". E então a tropa de elite da polícia britânica entra em cena com o mega clássico "Message in a Bottle" e o seu super riff de guitarra. Um arrepio correu no meu braço, confesso... Essa é a medida de um showzão! Ou talvez uma medida de um show muito esperado (essa discussão fica para outro post). Em seguida veio o clássico, já da época Sting ator, "Synchronicity II" mas aí começou uma coisa que rolou o show inteiro e onde começou a estranheza, pelo menos para mim: os novos arranjos das músicas. Essa música, que tinha um andamento bem vibrante, ficou com cara de que "foi, foi mas acabou não fondo". Mesmo assim, ficou bem legal!


Depois dessa, Sting apresenta a banda que não precisa de apresentações e já vem outro clássico: "Walking on the moon". Novo arrepio, tanto na apresentação quanto na música! Apresentação de formações clássicas de bandas é sempre uma coisa que me emociona. A partir daí rolaram algumas músicas cuja minha falha formação polícica não me permitiu conhecer. E com elas, vinham as seções de improviso do power trio. Nem preciso dizer que Copeland é um show à parte tocando bateria. Ele tem mais groove que muito baterista com a metade da idade dele. Sting até que tenta acompanhar seu companheiro de banda e a cozinha fica bem maneira. O que eu achei que estava destoando era o senhor Summers. Posso estar enganado, mas achei que ele errou váááárias vezes tanto nas músicas quanto nos improvisos. Em defesa dele, o cara tem 64 anos...


Outro grande momento do show foi "Wrapped around your finger", com um arranjo que lembrava bastante o de estúdio. Mas não adianta: a versão de estúdio é perfeita demais! Senti falta daqueles dois splashs que Copeland toca bem antes do refrão (e como eles fazem diferença!). Claro que no meu air drumms, eu fiz! hehehe... Continuando com a seção de grandes momentos com uma das minhas músicas favoritas do Police: Can't Stand Losing You. Gostei da levada rock n' roll do último verso. Foi uma ótima mudança de arranjo e que caiu muitíssimo bem. Ponto para eles!


Bem, resumindo as coisas por aqui, foi um show bem legal! Fiquei feliz de ter ido! As músicas poderiam, no entanto, ter sido mais fiéis às suas versões originais. Acho muito arriscado eles terem desconstruído tantos hits assim. Quando uma música que é um hit tem um certo andamento, ao se tocar em um andamento mais lento, dá muito uma sensação de que "o toca fitas tá com pilha fraca"... Não sei se estou me fazendo entender. Dá uma senação de falta de energia, o que é um pecado mortal para um show que se propõe a ser tão energético e dançante. Se é para tocar um arranjo novo, por que não tocar o arranjo de 1986 para o clássico Don't Stand So Close to Me? Para mim, foi a única coisa que faltou no show! Saldo final: positivo! E depois disso tudo, eu me perguntei: cadê a porcaria da chuva?!?!

Depois do show ainda rolou barzinho no Pólo Gastronômico da Tijuca, a.k.a., "aqueles buteco perto do Buxixo". Tim, tim... Aos grandes valores tijucanos...



Nota final: pouco mais de dois anos depois, novo show dos Paralamas... ;-)

1 Comments:

At 11:10 PM, Anonymous Anônimo said...

ótima resenha, como sempre.
não sabia que meu celular prestava tanto assim :P
bjokas

 

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