Histerese

A histerese é a tendência de um material ou sistema conservar suas propriedades na ausência de um estímulo que as gerou. Pode-se encontrar diferentes manifestações desse fenômeno. A palavra histerese deriva do grego antigo υστέρησις, que significa 'retardo', que foi cunhada pelo Sir James Alfred Ewing em 1890.

Ouvi a nova música do Merdallica. Ou seria do Metallica? Decidamos juntos, shall we? Vamos por parte:

1. O nome da criança é "The Day That Never Comes" e pode ser ouvida aqui. Será que esse dia que não vem é o dia em que eles vão voltar a ser o Metallica? Não quero um novo Ride, ou um novo Master, ou um Justice... Eu só queria ver uma evolução! É pedir muito?!?!

2. O começo é estranho parece um tecladinho mequetrefe... chega a ser bizarro! É uma coisa que nunca (eu repito NUNCA!) poderia nem de longe se parecer com Metallica... tentem visualizar isso: Mama Said é infinitamente mais Metallica que esse comecinho!! Imaginem Cramberries!

3. Daí entra uma bateria nojeeeeeeeeeeeeeeeeeenta e começo a pensar se essa versão seria um demo com uma bateria tosca... digo tosca tipo as do St. Anger. Po! O produtor é o Rick Rubin!!! Que som é esse?!?!

4. Surgem guitarrinhas oitavadas à la Smashing Pumpkins... tudo bem... vamos esperar pra ver que merda vai dar... mas minha paciência e minha expectativa estão altamente prejudicadas nesse ponto.

5. Daí começo a ouvir um solo que me lembrou muuuito o solo de Fade to Black... estranho... imaginei que de repente essa música seria uma espécie de Fade to Black II... tipo Unforgiven II. Espero que não. Eu realmente espero que não! Rola até uma guitarrinha limpa bem parecida!

6. Vocais! Que medo dos vocais!! Acho que a voz do James nunca voltará ao seu estado original (ou perto dele) depois de Load e Reload... Os vocais estão muuuuito Load demais da conta. Que merda! Como muito bem disse um amigo meu: o erro dele é querer cantar. Esses discos tiveram sobre o Metallica o que eu chamo de "Efeito-Acústico". Muitas bandas perdem seu punch depois do disco acústico. Esses discos fizeram isso sem nem mesmo serem acústicos.

7. Refrãozinho pesadinho... tudo bem... vou deixar passar.

8. Por volta de 4 minutos de música, começam a aparecer uns riffs pesados com vocais tentando ser mais raivosos. Mas me incomoda o fato de a voz parecer ter sido gravada dentro de uma lata. É muito estranho. Espero que o disco não esteja todo assim...

9. Em 5 minutos, começa um riff bem legal. Aí está um bom exemplo do que falei antes. Esse riff não se parece em nada com Metallica, mas é um riff bem maneiro. Vamos evoluir, pessoal!! Porra!

10. Solo de guitarras dobradas muito maneiro!! Esse solo poderia estar no Ride the Lightining!! Muito bom mesmo! É impressão minha ou o baixo acompanhou o final do solo?! Santo Trujillo!

11. Por volta de 5:45, outro riff pesadão bem maneiro! Keep goin' guys!

12. Em 6:30 mais ou menos surge o primeiro solo Kirk Hammett-like em mais de uma década de gravações. Estranho é que parece que ele pegou vários solos antigos e fez um mix! Tudo bem! Tá valendo qualquer coisa mesmo!!

Conclusão: a música tem uma parte cantada relativamente pequena e depois vem um desfile de riffs não muito conexos. Me lembrou a idéia por trás de Hangar 18, do rival Megadeth. Só que enquanto Kid-Mumu mostrava toda sua habilidade num duelo inesquecível com Friedman San, Hetfield et al quiseram mostrar que ainda sabem compor riffs pesados. Tudo bem. Mostraram. Mas, meu filho, ponha numa música pra fazer sentido! O Dream Theater enfia 500 mil riffs em um minuto de música mas fica tudo bem coeso. Falto isso nessa música. No entanto, sinto que eles estão muitíssimo bem intencionados! O que é bom!! Ponto para eles!

É interessante o título do disco lembrando magnetismo. A histerese é típica de metais magnéticos. Acho que não importa o quão fodão seja o produtor, o quão pesado eles queiram que o disco fique, ainda restam propriedades de Load, Reload e do vilão Bob Rock. Espero que eu esteja muito errado!! Ainda estou com esperanças de que o disco seja a salvação da lavoura.